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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A MULTIDÃO

Eu revejo a cidade em festa e em delírio
Sufocando sob o sol e alegria
E escuto na música os gritos, os risos
Que eclodem e ressoam em volta de mim
E perdido nessa gente que me empurra
Atordoado, desamparado, eu fico lá
Quando de repente, me recupero, ela recua
E a multidão vem me lançar em seus braços

Empurrados pela multidão que nos leva
Nos arrasta
Esmagados um contra o outro
Formamos um só corpo
E a onda sem esforço
Nos empurra, unidos um ao outro
E nos deixa a ambos
Rejuvenecidos, inebriados e felizes


Arrastados pela multidão que avança
E que dança
É uma alegre farândola
Nossas duas mãos ficam suadas
E às vezes levantadas
Nossos corpos enlaçados voam
E nos torna a ambos
Rejuvenecidos, inebriados e felizes


E a alegria estampada pelo seu sorriso
Me transpassa e jorra dentro de mim
Mas logo eu dou um grito entre os risos
Quando a multidão o vem arrancar de meus braços

Empurrados pela multidão que nos leva
Nos arrasta
Nos afasta um do outro
Eu luto e me debato
Mas o som de sua voz
Se abafa com riso dos outros
Eu grito de dor, de furor e de raiva
E eu choro ...

Arrastados pela multidão que avança
E que dança
E uma alegre farândola
E sou empurrada para longe
E crispo meus punhos, amaldiçoando a turba que rouba
O homem que ela me havia dado
E que nunca mais o encontrei ..

2 comentários:

Jéssika . disse...

ooooo *--* blog lindo, como tu! te amo!

Tracy, enlouquecida. disse...

é uma música de Piaf? o.O

[lindo post!]